Se você está buscando dar uma repaginada na decoração ou reformar um ambiente e quer saber o jeito certo de harmoniza-lo, não existe. Porém, existem algumas dicas e conceitos que se forem seguidos podem ajuda-lo a ficar satisfeito com a combinação dos elementos da decoração. Neste artigo explicaremos algumas técnicas e responderemos o porque não tem certo e errado quando se fala em interiores.
Projeto do restaurante la mar-sp
Escolha um estilo ou linguagem
Saber claramente qual objetivo você deseja atingir vai te ajudar a tomar muitas decisões. Quando nós profissionais fazemos um projeto, a primeira coisa que buscamos saber do cliente é qual estilo ele gostaria de ter na sua casa. A resposta para essa questão já faz com que caia por terra a conversa de: certo e errado. Em um ambiente onde se deseja um ar mais sóbrio e moderno, talvez um móvel colonial fique desajustado. Entretanto, se a busca for por uma composição mais clássica, ele se encaixaria perfeitamente. No fim das contas, algumas coisas que podem ser vistas como erradas por um ponto de vista, podem ser perfeitamente agradáveis pra você.
Há algumas ferramentas que podem auxiliar na busca de referências, uma delas é o aplicativo Pinterest, que é utilizado para fazer buscas e montar painéis de referência. Se você reformará sua cozinha, pesquise termos relacionados e monte um painel com as imagens que mais lhe interessarem.
A importância dos elementos na composição.
Talvez o ponto principal que pode atrapalhar é não saber priorizar ou se desfazer de algumas ideias. É algo positivo ter muitas referências de coisas para fazer na sua decoração, porém algumas delas podem conflitar e sobrecarregar o ambiente. Não tenha medo de abrir mão de algumas dessas ideias. Se, por exemplo, você tem um conjunto de cores chamativas que adoraria ter nas paredes e também um modelo de sofá ou mesa que por si só seria um protagonista, vale refletir se junta-los não sobrecarregaria o ambiente. Se as cores foram mais chamativas elas podem conflitar com o móvel em questão. Caso decida utilizar ambos, saiba dar a leveza necessária no restante dos elementos, caso deseje leveza.
Combina ou não combina?
Quase sempre combina! Há muito senso comum de que verde e vermelho não pode, parece natal, listras e estampas nem pensar. Porém, em interiores tudo depende. A questão de combinar ou não, se um fica bem com o outro é muito relativa. Isso depende principalmente de que jeito os dois elementos serão utilizados. Aonde serão aplicados, em qual escala, quantidade e também o que completará a composição em volta deles.
Na imagem abaixo vemos um exemplo de diferentes utilizações da composição de verde com vermelho. A imagem da esquerda parece uma casa em que a mamãe Noel moraria, a segunda parece um elegante e despojado apartamento contemporâneo. Lembrando que de maneira alguma devemos desmerecer a primeira imagem, pois não sabemos se a casa é, por exemplo, de uma pessoa que buscou esse objetivo. Se este for o caso, em termos de design, ela é um sucesso, afinal gosto é relativo.
Casas de revista podem atrapalhar
Recentemente tive contato com este fenômeno que se mostrou uma grande frustração de muitas pessoas. Utilizar como influência as revistas e também programas de TV é positivo, assim como eu mesmo sugeri buscar referências anteriormente. Entretanto, aparentemente as imagens que as pessoas vêm nesses veículos se tornam objetivos inatingíveis. Elas criam uma busca interminável por fazer com que sua casa se pareça com uma "capa de revista". É muito importante esclarecer que as fotos das revistas e da TV são sempre compostas por designers profissionais e no caso das revistas, as imagens são tiradas e tratadas por fotógrafos. Além disso, os ambientes estão montados para a foto e não para o uso. Mesmo que em uma casa completamente bem decorada, seja feito um ensaio para mostrar sua decoração, vai ser feita uma produção antes de cada fotografia para fazer a melhor montagem e composição para ela. Na realidade, muitas pessoas não possuem o mesmo preparo que um designer e também se esquecem que os ambientes são projetados essencialmente para serem utilizados e não para sair bem na foto. Em uma casa bem habitada há vida, vai e vem, coisas saem e muitas vezes não voltam para o lugar e está tudo bem. Utilize referências de maneira construtiva para elaborar seu próprio objetivo e ter consciência das possibilidades que o envolvem.
Saiba lidar com o espaço que tem
Muitas vezes a busca por referências pode levar a conclusões distorcidas, por isso é importante sempre ter em mente algumas questões. Primeiro saber que cada ambiente que você visualiza tem seu próprio objetivo, função e um contexto próprio. Mais importante ainda é saber que cada um desses espaços tem dimensões e configurações arquitetônicas diferenciadas. Saiba quanto espaço você tem disponível e como lidar com ele de forma equilibrada, pois muitas vezes um móvel pode ser maravilhoso na loja, mas não na sua sala.
fonte: carrodemola.com.br/blog
Variar os tons dos móveis não é crime
Ao contrário do que pode parecer, comprar todos os móveis da mesma cor pode ser um tiro no pé. Abre-se a possibilidade de cair na monotonia e sobriedade excessiva. O importante é ter bom senso e saber que o equilíbrio é a chave para quase tudo na vida, com isso não precisamos nem comprar tudo da mesma cor e nem um de cara cor. Assim como citei no parágrafo das combinações, aqui se aplica o conceito de linguagem. Busque uma lógica se deseja utilizar mais de uma tonalidade de móveis. Lembrando que móveis coloridos são excelentes para dar um toque de irreverência.
fonte: designculture.com.br
Entre o mínimo e o máximo
Talvez o conceito mais famoso quando se fala em interiores seja o minimalismo, ou clean. Gosto de sempre explicar aos meus clientes que clean e vazio são coisas diferentes. Há casos em que o modo de as pessoas descreverem o clean faz com que eu não consiga imaginar outra coisa além de um hospital. Tendo a ressalva de que até mesmo os hospitais hoje em dia estão aplicando o conceito de humanização em seus interiores. Com o tempo os gerentes de instituições de saúde foram percebendo o impacto psicológico que o ambiente exerce nos pacientes e que é possível, com o design de interiores, fazer com que o tratamento seja menos massante. Já reparou que os hospitais de hoje em dia estão cada vez mais parecidos com hotéis do que com hospitais?
O objetivo dessa conversa é expandir suas ideias. Abaixo vemos uma decoração clean onde nem tudo é branco e não é utilizado o mínimo de elementos possível. Na imagem seguinte temos um ambiente representante do movimento artístico chamado maximalismo. Como vemos na primeira imagem, nem tudo é branco e há bastante elementos na composição. Entretanto, uma coisa para a qual poucos atentam é dimensionar cada elemento. Seu ambiente ficará mais clean se suas dimensões forem maiores e os elementos nele colocados forem do tamanho certo para ele. Infelizmente muitos lançamentos de imóveis saem com ambientes pequenos onde uma cama já lota o quarto, por isso saiba dimensionar bem seus móveis.
fonte: decorclean.com.br
O maximalismo não é muito conhecido nem difundido, porém ele nasceu justamente para contrapor o minimalismo e tem muitas influências do classicismo da Belle Époque francesa do século XIX. Como podemos ver, o maximalismo ilustra o que discutimos no primeiro tópico, ele se baseia em quanto mais, melhor e com isso cada elemento em si, é um protagonista. Isso causa um evidente aumento no tempo que precisamos para ler o ambiente à primeira vista.
fonte: conexaodecor.com
Tem uma sala na sua TV
Pegando o gancho com o tópico anterior, falemos sobre o dimensionamento das coisas. Talvez a questão mais crítica seja a da TV, onde sempre desejamos a maior possível. Porém, acho válido deixar como reflexão que talvez não seja interessante que sua sala se resuma a uma tela retangular. Não só pela questão da composição e dimensão, mas também pela funcionalidade e saúde visual. Sobre a função, saiba o que você realmente deseja, uma sala de estar ou um cinema. Se o seu caso for como o da maioria em que não é possível ter um espaço distinto para cada uma dessas funções, atente-se a sua saúde ocular. Há um cálculo médico e arquitetônico para dimensionar o tamanho adequado da TV para cada ambiente e qual a distância saudável da tela aos seus olhos.
fonte: nodecora.com.br
Esperamos que alguns paradigmas tenham sido quebrados e também que seus padrões tenham se enriquecido. O intuito foi justamente esse, para que você tenha mais recursos para deixar seu ambiente com a cara que sempre desejou e o mais importante, a sua cara.
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